"Se o médium, do ponto de vista da execução, não passa de um instrumento, exerce, todavia, influência muito grande, sob o aspecto moral. Pois que, para se comunicar, o Espírito desencarnado se identifica com o Espírito do médium, esta identificação não se pode verificar, senão havendo, entre um e outro, simpatia e, se assim é lícito dizer-se, afinidade. A alma exerce sobre o Espírito livre uma espécie de atração, ou de repulsão, conforme o grau da semelhança existente entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus, donde se segue que as qualidades morais do médium exercem influência capital sobre a natureza dos Espíritos que por ele se comunicam. Se o médium é vicioso, em torno dele se vêm grupar os Espíritos inferiores, sempre prontos a tomar o lugar aos bons Espíritos evocados. As qualidades que, de preferência, atraem os bons Espíritos são: a bondade, a benevolência, a simplicidade do coração, o amor do próximo, o desprendimento das coisas materiais. Os defeitos que os afastam são: o orgulho, o egoísmo, a inveja, o ciúme, o ódio, a cupidez, a sensualidade e todas as paixões que escravizam o homem à matéria."
Allan Kardec ( O Livro dos Médiuns - item 227 - Edição FEB)
Segundo estudos que quaisquer interessado pode fazer, uma vez que o espiritismo não é uma doutrina iniciática, ao menos não como as demais, poder-se-á inferir o que Kardec nos mostra, e se extrapolar seus estudos ao campo, frequentando sociedade e centros espíritas, a que notar que esse é uma regra áurea para não sucumbirmos fascinados por apresentações estapafúrdias as mais diversas.
Agora, todo cuidado é pouco ao analisar-se qualquer produção medianímica de quem quer que seja, cuidado para evitar não só a fascinação que citamos antes, mas também o descuido crasso que muitos fazem, qual seja o de analisar sob sua ótica, abstraindo o amplo conhecimento que deve-se ter sobre o espiritismo e mesmo o espiritualismo de forma geral. Vê-se muitos estudiosos, e afirmo estudiosos pois estão mesmo estudando, mas ainda neófitos na matéria, estudiosos que fascinam-se com as manifestações próximas de amigos, parentes e conhecidos e ao primeiro sinal de manifestação em outras paragens, que não as por eles constituídas, acabam por execrar o fato mediúnico taxando-o como obsessão, animismo, produção mediúnica espúria, e tantos outros adjetivos, esquecendo ele mesmo que o espiritismo é a Fé Raciocinada e isenta de preconceitos e favoritismos.
Mediunidade é aquela que em sua execução, ou prática, promove o bem comum, o progresso do indivíduo e da coletividade onde está inserida.
Médium útil, é aquele, mau grado os comentários e análises dos "estudiosos", produz de si o melhor ao seu alcance, assessorado que é pelos Espíritos de Deus que procuram trabalhadores fiéis e comprometidos.
Ás vezes a mediunidade, faculdade humana, não custa lembrar, tem um potencial de produção que pode de fato alterar o padrão dos encarnados e desencarnados no local onde está inserida, entretanto, tolhida ou direcionada por dirigentes ainda iniciantes na doutrina dos espíritos, acaba com sua produção truncada, ideais abandonados no nascedouro, potencialidade, enfim, desperdiçada.
Quantos médiuns úteis não vimos que acabam por abandonar a senda do Amor ao próximo, entregando-se a cultos diversos e a produções toscas e discretas, justo pelo mal assessoramento.
Não estamos aqui generalizando. Não! Sequer temos condições de penetrar os meandros que casa Casa Espírita ou cada relação dirigente-médium está alicerçada, oxalá melhorem--se os dirigentes de forma que os médium produtivos possam ampliar-se em número nas casa espíritas, pois se é verdade que a mediunidade é faculdade humana, também é verdade que orgulhos, egoísmo, ciúmes e demais qualidades doentias também o são, e pululam as casa pelo mundo afora....
Erasto no mesmo O Livro dos Médiuns, quando interpelado por Kardec sobre qual seria o melhor médium, respondeu que o melhor? Não sobre esse planeta, mas o médium menos ruim......... fica como pensamento......
“Daí vem que o verdadeiro Espiritismo jamais se dará em
espetáculo, nem subirá ao tablado das feiras”
(Allan Kardec- O Livro dos Médiuns - item 31)
Outro item que devemos atentar na atualidade, a mediunidade, em função da facilidade das mídias atuais, nunca foi tão exposta e explorada, médiuns de cartas consoladoras, médiuns de cura, cirurgias mediúnicas, passes de tudo quanto é jeito, etc., etc., etc. Se formos prestar atenção ao alerta acima, devemos nos conter diante de tanto espetáculo, se por um lado é interessante, por outro é extremamente danoso pois passamos a ver "médiuns" em tudo quanto é lugar, passando a mediunidade, tarefa das mais sagradas diante da Espiritualidade Maior, pois pode ser consolo aos aflitos, alívio aos que choram, facilitando a aproximação dos Espíritos com as Almas em geral.
Parece mesmo que a idéia é essa, banalização do Divino para obscurecer o que de fato está por traz da mediunidade, seja ela qual for, que é a modificação da criatura através das possibilidades várias desse intercâmbio, mas ficará para outro post esse assunto....
as imagens forma colhidas na internet e podem conter direitos autorais.
Fiquei curiosa pro próximo post!!
ResponderExcluirFala de mediunidade é sempre muito vasto.