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BANALIZAÇÃO DO MOVIMENTO ESPÍRITA

O Movimento Espírita atualmente carece de um maior rigor de seus adeptos, muito mais que ontem, pela diversidade de SEITAS ESPÍRITAS que pululam atualmente.

Apesar de jovem ainda, 153 anos de existência apenas, o Espiritismo sob a égide de Kardec sofre o mesmo que sofreu o cristianismo nascente, quando até os anos 70 vemos a proliferação de diversos cultos espalhados pelo mundo de então, esses cultos "regionalizavam" o movimento Cristão, veja-se principalmente o problema que enfrentaram Pedro e Paulo e que está no “Atos dos Apóstolos”, problema que redundou numa cisão entre o cristianismo praticado pelos que viveram com Jesus e os "novos cristãos", personificados por Paulo.
Assim também o Espiritismo sofreu, ao longo desse tempo, por influencia dos adeptos menos preparados e que preferiam amoldá-lo às suas crenças que se amoldarem a ele. Daí diversos cultos paralelos apareceram, dos quais não vou citar nenhum pelo fato mesmo que eles também se sentem espíritas e talvez sejam escadas de acesso ao Espiritismo Codificado. Não é necessário qualquer tipo de estudo mais aprofundado ou especialização dentro da doutrina para identificar esses cultos. São locais onde a codificação Karde
quiana cedeu lugar para a idolatria de médiuns, onde as Obras Básicas foram trocadas pelas mensagens de Espíritos modernos, e o estudo da codificação relegado a pontos isolados entre um e outro frequentador que, na maioria das vezes ao analisar as Obras Básicas percebe que frequenta um lugar diferente do que está estudando...

Mas além desses cultos paralelos onde a fluidoterapia é mais importante que a reforma íntima, onde as técnicas orientais adaptadas, cromoterapia, acupuntura, influencias astrais e mesmo rituais específicos para os passes são mais necessários que a evangelização, que o rigor da "FÉ Raciocinada", e onde muita das vezes tanta bobagem é escrita por pseudo-sábios, encarnados e desencarnados, e admitidas como verdades incontestes, além desses cultos, o mais pernicioso é o que ocorre dentro dos próprios Centros ou Sociedades Espíritas inicialmente alinhadas com o movimento Kardecista. Entendemos que aquele que produz, um jornalista, um escritor ou mesmo um estudioso que publique e democratize suas pesquisas, ganhe para tal, entendemos que o "DÁI DE GRAÇA O QUE DE GRAÇA RECEBESTE" deve ser entendido como está escrito, ou seja, tudo que é produção exclusiva nossa, temos por direito usufruir dela, embora também pensemos que o trabalho dedicado à Religião dos Espíritos devesse ser altruísta, e que aquele que fosse partidário dela se sentisse feliz por realizar um trabalho voluntário sem ganhar numerário para tal, pois deveria ter uma profissão institucionalizada que o sustentasse, de qualquer forma, nessa linha de reinterpretação das máximas cristãs e espíritas percebemos apenas a banalização do movimento como um todo, são palestrantes que, a pretexto de divulgarem a doutrina, fazem palestra cobrando, outros que, se não cobram, impõem como "si ne qua non" a instalação de uma "barraquinha" no próprio âmbito do centro para venda de seus DVDs de palestras, Livros, Cds, etc... Transformando o Lugar Consagrado do Centro Espírita em posto de vendas, à feição dos "VENDILHÕES DO TEMPLO" que Jesus combateu em vida.... Que façam propaganda de suas obras, ok! Que doem ao Centro, com intenção de marketing, produções próprias, ok! Mas profanarem o "Sagrado" transformando-o em posto de vendas já passa do limite.

E se não bastasse apenas isso, os que adentram a muitas casas rotuladas de Espíritas, acabam se deparando com rituais, dogmas e vendilhões que não coadunam com a Filosofia Espírita, são casa onde apenas o PASSE impera, onde CIRURGIAS ESPIRITUAIS são o foco central, onde criaram verdadeiros cultos à "ÁGUA FLUIDA", trocando essas esquisitices pelo estudo sério deturpando assim, por completo, o movimento.

Sem contar na literatura espírita, comum se ouvir, - “Ah! Não gosto de ler Kardec, ou André Luis, são muito difíceis de entender, leio os romances de tal médium que
explica a mesma coisa...”. E por ai vai... Não explicam quase nada esses romances comerciais, mais confundem mostrando uma ”salvação" inexistente que indicam caminhos sérios.

O Espiritismo não é uma religião - no dizer do próprio Allan Kardec - da forma que as demais são constituídas, pois ela não contém dogmas ou rituais, seus adeptos não são profissionais da Fé, e seu corpo filosófico-doutrinário é essencialmente moralizador, transferindo a "salvação" para o indivíduo, sem fórmulas, sem atalhos e sem "jeitinhos", e o que percebemos nas "Cirurgias"? Nas "Águas fluidas"? Nos Passes? Se o Espírita verdadeiro interpreta esses meios como formas paliativas de auxílio, os frequentadores os vêem como indulgências aos seus erros, bastando-lhes que deles se utilizem como vem fazendo a centenas de anos, que seus "pecados" estão perdoados.

Somos continuadores dos postulados de Allan Kardec, responsáveis pela perpetuação de suas colocações quanto à Fé Raciocinada, o Estudo Sistematizado dos fenômenos, o questionamento constante, junto aos Espíritos, para melhor entendimento das coisas da espiritualidade, mas acima de tudo somos responsáveis pela forma e lisura que a doutrina anda e andará para frente, e como queremos ser reconhecidos? Como aqueles que enterraram o Espiritismo? Como aqueles que o converteram em mais uma religião salvacionista? Ou como aqueles que se mantiveram firmes aos propósitos reais de progresso da sociedade, não permitindo o retrocesso e as adaptações da DOUTRINA DOS ESPÍRITOS?

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