A religião pura e imaculada para com Deus, o Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo (Tiago 1:27)
Religião pura. Como poderemos compreendê-la em toda a sua amplitude? Decerto não é nos culpando mutuamente e julgando essa ou aquela superior ou mais preparada para entender as Leis do Pai, mas asseverando-nos junto com o apóstolo, é a que se preocupa de fato com o próximo.
Viúvas e órfãos são todos aqueles que se sentem desamparados e desprotegidos diante das incertezas da vida.
Viúva é aquela irmã que, imaginando-se feliz pela família que Deus lhe presenteou, vê-se afastada do convívio de um ou de outro que a antecipou na grande jornada; só, em meio à sua dor, é viúva do que partiu, e sua tribulação é a desesperança.
Órfão é aquele que, premido pela necessidade do resgate, sente-se só por não poder contar com mais ninguém, ainda que cercado de pessoas à sua volta, não lhe importa que pai e mãe estejam ali, não consegue abrir-se com eles, não lhe solucionam os problemas a presença mesmo de irmãos e parentela em geral, pois o caminho mostra-se acre e as passadas cambaleantes, e ninguém o percebendo é só! E suas tribulações são a solidão e as sombras.
Viúva é toda pessoa que se sabendo amada, não traz no coração o verdadeiro sentimento, parecendo morta em si mesma, e por estar morta, não percebe a mais ninguém. Que lhe importam os afagos e os abraços, se a morte lhe visitou o Espírito? É morta em vida, e vive em constante viuvez de si mesma. Sua tribulação é a falta do Amor verdadeiro a comover-lhe o coração.
Órfãos são aqueles que se perderam no mundo, dos que amavam, sentindo-se abandonados da sorte e mesmo de Deus, são órfãos do amor do próximo. E sentem sua tribulação que é a falta de conexão e continuidade no próximo.
Viúvas são aquelas que perderam a esperança do reencontro com a felicidade, uma vez que por se sentirem excluídas de tudo, excluíram-se também da felicidade elas próprias. E sua tribulação é a dor dilacerante do nada, perdidas de si mesmas como se vêem.
Mas Tiago nos repreende e chama-nos à realidade dizendo que não importa a qual religião nos afiliemos, somente estaremos fazendo a vontade do Deus se olharmos para essas viúvas e esses órfãos, que em última instancia somos nós também, e, igualando-nos a eles, amá-los e afagá-los, fazer-nos próximos e sinceros, daí o “visitar-lhes”.
Pois fazendo isso, visitando os órfãos e as viúvas, poderemos nos precaver da corrupção do mundo, vacinando-nos com a vacina do “Amor ao próximo”, tão exortado, tão prometido, tão falado, mas pouquíssimo praticado, tanto ontem como hoje.
Caio Varo
Religião pura. Como poderemos compreendê-la em toda a sua amplitude? Decerto não é nos culpando mutuamente e julgando essa ou aquela superior ou mais preparada para entender as Leis do Pai, mas asseverando-nos junto com o apóstolo, é a que se preocupa de fato com o próximo.
Viúvas e órfãos são todos aqueles que se sentem desamparados e desprotegidos diante das incertezas da vida.
Viúva é aquela irmã que, imaginando-se feliz pela família que Deus lhe presenteou, vê-se afastada do convívio de um ou de outro que a antecipou na grande jornada; só, em meio à sua dor, é viúva do que partiu, e sua tribulação é a desesperança.
Órfão é aquele que, premido pela necessidade do resgate, sente-se só por não poder contar com mais ninguém, ainda que cercado de pessoas à sua volta, não lhe importa que pai e mãe estejam ali, não consegue abrir-se com eles, não lhe solucionam os problemas a presença mesmo de irmãos e parentela em geral, pois o caminho mostra-se acre e as passadas cambaleantes, e ninguém o percebendo é só! E suas tribulações são a solidão e as sombras.
Viúva é toda pessoa que se sabendo amada, não traz no coração o verdadeiro sentimento, parecendo morta em si mesma, e por estar morta, não percebe a mais ninguém. Que lhe importam os afagos e os abraços, se a morte lhe visitou o Espírito? É morta em vida, e vive em constante viuvez de si mesma. Sua tribulação é a falta do Amor verdadeiro a comover-lhe o coração.
Órfãos são aqueles que se perderam no mundo, dos que amavam, sentindo-se abandonados da sorte e mesmo de Deus, são órfãos do amor do próximo. E sentem sua tribulação que é a falta de conexão e continuidade no próximo.
Viúvas são aquelas que perderam a esperança do reencontro com a felicidade, uma vez que por se sentirem excluídas de tudo, excluíram-se também da felicidade elas próprias. E sua tribulação é a dor dilacerante do nada, perdidas de si mesmas como se vêem.
Mas Tiago nos repreende e chama-nos à realidade dizendo que não importa a qual religião nos afiliemos, somente estaremos fazendo a vontade do Deus se olharmos para essas viúvas e esses órfãos, que em última instancia somos nós também, e, igualando-nos a eles, amá-los e afagá-los, fazer-nos próximos e sinceros, daí o “visitar-lhes”.
Pois fazendo isso, visitando os órfãos e as viúvas, poderemos nos precaver da corrupção do mundo, vacinando-nos com a vacina do “Amor ao próximo”, tão exortado, tão prometido, tão falado, mas pouquíssimo praticado, tanto ontem como hoje.
Caio Varo
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