Sabe, às vezes é espantosa a necessidade das pessoas de criarem ídolos. Acredito que seja pela falta, ou talvez coragem, de realizarem algo além do seu cotidiano.Assim temos Madre Tereza, Gandhi, e tantos outros que viraram santos e santas dentro do catolicismo e mesmo fora dele como, atualmente, presenciamos a criação do mito Chico Xavier.
Não me venham dizer que estou apenas querendo aparecer, não é isso, amo de paixão esse homem singular, pleno em suas vivências e em suas certezas, vivências e certezas essas que gostaria de ter ao menos 1%, minha vida seria completamente diferente, mas cada um estagia no patamar evolutivo que lhe é próprio...
Entretanto persiste o problema, a criação dos mitos..... e o que é pior, quando se "tornam" mitos eles se distanciam da humanidade em geral, acontecendo o oposto do que viveram e disseram, ou seja, que eram homens como nós, cheio de desacertos e dificuldades e que, apesar dessas, lutando para melhorar-se pois o progresso do Espírito é Lei.
E nós, criaturas falíveis e acomodadas, quer por acostumadas à inércia, quer para não querer deixar de lado o "prazer" das coisas terrenas, continuamos idolatrando esses mitos e ídolos e colocando-os à margem do homem médio.
-"Mas é claro que ele fez isso, era enviado de Deus, missionário mesmo."
E seguimos com essas desculpas, evidenciando a preferência pela "PORTA LARGA" para manter o stato quo de nossa mesmice, onde a cada dia levantamos do sono reparador, vamos ao trabalho ou ao cotidiano de nossas atividades e nos mantemos reverenciando esses "SERES ENVIADOS DE DEUS" quando na verdade TODOS somos enviados de Deus a realizar nossa parte no contexto onde estamos inseridos. TODOS somos missionários de nosso progresso e colaboramos, de forma direta, no progresso dos que estão à nossa volta.
-"Ah! Mas Ele fez isso porque Deus o protegia e amparava.."
Mas Deus nos olha constantemente e nos protege sempre.... Insistimos em criar o mito e não olhar o homem, pois são homens e mulheres iguais a nós, mas não olhamos o homem que sofria, que lutava contra suas limitações, não percebemos que a doença o visitava, a dor o afligia, assim como todos os que encarnam no Orbe onde estagiamos. Não percebemos que foram plenos de amor, mas solitários no coração, que lutaram contra as mesmices que sempre fazemos, e continuaremos a fazer se não aproveitarmos a oportunidade ímpar que o Pai misericordioso nos dá, ao conviver com esses Espiritos iguais a nós e aprender a dar novos passos, com o exemplo deles, criar novas situações, procurar o que de fato amamos e lutarmos por isso.
Qual a real diferença entre Chico Xavier e você? Qual a realidade que os separa? Uma pessoa que, malgrado estar sempre à frente de muitos acontecimento de sua crença, colocava-se à margem pois sabia, e sempre disse, que a produção não lhe pertencia era criação dos Espíritos. Uma pessoa que apesar das dores a que era submetido, apesar das limitações físicas ao final da vida, sempre manteve-se uno com seu ideal, qual seja a materialização das máximas de Jesus junto de nós. Qual a diferença dele e você? Como homem nenhuma, exceto que ele realizou o que acho melhor para si e para todos.
Ele era de família simples e pobre, talvez voce não seja; sofreu a perda de entes queridos logo na infância, talvez você ainda possa vê-los e abraça-los até hoje; precisou trabalhar cedo para sustento da família, talvez você esteja fazendo ainda seus cursos e estágios e não se preocupe com o dinheiro; sofria de problemas de saúde diversos, mas é provável que você também sofra; por fim, relacionava-se com os Espíritos desde tenra idade, mas essa NÃO é uma diferença, você também faz ou fez isso, talvez não perceba. Se analisarmos nossas vidas restará, diante de pessoas como Francisco Candido Xavier e nós uma única questão não resolvida mas que somente voce pode responder:
-"SE ELE TINHA TÃO POUCO, SOFRIA TANTAS DORES E PROBLEMAS DE SAÚDE, "PERDEU" TANTO NO DECORRER DE SUA VIDA, E REALIZOU TUDO ISSO QUE SE VÊ, O QUE EU ESTOU ESPERANDO?!?" Fica a pergunta........ não só para você, mas para mim também, para todos nós..... carecendo apenas de uma resposta óbvia......
Caio Varo
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